sábado, março 21, 2009

foto daqui
"...Sempre existe no mundo
uma pessoa que espera outra...
E quando essas pessoas se cruzam,
e seus olhos se encontram,
todo o passado e todo o futuro
perdem qualquer importância,
e só existe aquele momento,
e aquela certeza incrível de que
todas as coisas debaixo do sol
foram escritas pela mesma Mão.
A Mão que desperta o amor..."
Paulo Coelho
foto daqui
Mas tão depressa nos perdemos,
tão depressa
a memória das coisas nos fugiu
que, rápida, a estranheza
do tempo nos tomou, como se um rio,
em passando por nós, nos esquecera.
Torquato da Luz, aqui

sexta-feira, março 20, 2009

foto Luc Selen
Foi sempre tão incerto o caminho até ti:
tantos meses de pedras e de espinhos, de
maus presságios, de ramos que rasgavam a
carne como forquilhas, de vozes que me
diziam que não valia a pena continuar, que
o teu olhar era já uma mentira; e o meu
coração sempre tão surdo para tudo isso,
sempre a gritar outra coisa mais alto para
que as pernas não pudessem recordar as
suas feridas, para que os pés ignorassem
as penas da viagem e avançassem todos
os dias mais um pouco, esse pouco que
era tudo para te alcançar...
Maria do Rosário Pedreira, aqui
foto: Konrad Zagloba
Desmontar a casa e o amor.
Despregar os sentimentos
das paredes e lençóis.
Recolher as cortinas
após a tempestade das conversas.
O amor não resistiu às balas, pragas,
flores e corpos de intermeio.
Empilhar livros, quadros,
discos e remorsos.
Esperar o infernal
juizo final do desamor.
Houve um tempo: (...)
Amou-se um certo modo
de despir-se de pentear-se.
Amou-se um sorriso e
um certo modo de botar a mesa.
Amou-se um certo modo de amar.
No entanto,
o amor bate em retirada
com suas roupas amassadas,
tropas de insultos
malas desesperadas,
soluços embargados.
Faltou amor no amor?
Gastou-se o amor no amor?
Fartou-se o amor?
O amor ruiu e tem pressa
de ir embora envergonhado.
Erguerá outra casa, o amor?
Tonto, perplexo, sem rumo
um corpo sai porta afora
com pedaços de passado na cabeça
e um impreciso futuro.
(...)
foto by Jerrica Raglin
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés - mesmo se fogem - retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.
Lia Luft, aqui
foto Julia Nikonova
... Só assim, poderei seguir viagem:
Quero de volta meu coração vazio!!!

Incompreensão




... ainda não compreendi
porque te chamo meu bem
se sofro tanto por ti.

Gilka Machado
(texto e foto extraídos 
do blog "plan(o)alto")
foto Julia Nikonova
... O silêncio é doloroso. Mas é no silêncio que as coisas tomam forma; e, em alguns períodos da nossa existência, nada mais podemos fazer senão esperar. Dentro de cada um, nas profundezas do nosso ser, há uma força que vê e escuta o que, no entanto, não podemos entender. Tudo aquilo que somos hoje nasce do silêncio de ontem.
Kahlil Gibran, in Cartas de Amor do Profeta, 1 de Março de 1916
(tradução caseira da versão castelhana por O'sanji)

quinta-feira, março 19, 2009

photo Bogdan Jarocki
... Será a minha saudade eterna?
Dias amanhecem,
mas a tua sombra desconhece
o passar do tempo,
o bater ritmado das horas...
estás em mim, nos meus
rastros de solidão,
nos meus olhares perdidos que
ainda insistem em te ver...
Fernanda Guimarães
photo ... diving by Vernon Trent
Prendes-me sem laços....
Saudade é prisão que me prende,
Em laços sem braços,
Espaços ausentes de ti.
Encandescente, Bestiário
foto © Vernon Trent
Não sei adormecer...
... A noite
chama ainda
por ti dentro de mim...
Fernando Pinto do Amaral, aqui
foto Bogdan Jarocki
... Finjo que não é para ti que escrevo
quando escrevo;
finjo que não é para ti que vivo,
quando vivo.
Ana Rita Calmeiro, via Encosta do Mar

quarta-feira, março 18, 2009

foto daqui
... tudo raso de ausência...
...e a tristeza é bastante.
Nada a não ser este silêncio tenso
que faz do amor sozinho
um amor imenso....
José Carlos Ary dos Santos
foto Bogdan Jarocki
... Com cinza
nada se escreve a não ser
as vogais do silêncio. E este
é o nome que se dá à ausência,
quando a noite e a poeira
dos astros pousam
sobre a ranhura dos olhos.
foto aqui
Ausência, medida do tempo.
É por ela que meço este vazio
estas horas sem bússula, a solidão...
António Arnaut, Do litoral do teu corpo, Antologia do amor
Vittoria by Barbara Taurua
Nunca são as coisas mais simples que aparecem quando as esperamos.
O que é mais simples, como o amor, ou o mais evidente dos sorrisos,
não se encontra no curso previsível da vida.
Porém, se nos distraímos do calendário,
ou se o acaso dos passos nos empurrou
para fora do caminho habitual,
então as coisas são outras.
Nada do que se espera
transforma o que somos se não for isso:
um desvio no olhar;
ou a mão que se demora no teu ombro,
forçando uma aproximação dos lábios.
foto: Obsession by Barbara Taurua
Nem os dias longos
me separam
da tua imagem....
Então, desejo
o silêncio
para que dele
possas renascer,...
Nuno Júdice, aqui

sexta-feira, março 13, 2009

.. Preciso que me impeças
de me perder perdendo-te.
"Não temas o amor autêntico
que tenho para te dar..."
José Manuel Carreira Marques

Gratidão





Estou-te grata...
por não te ter 
quando de te preciso... 

Ulla Hahn, via A Dispersa Palavra
foto:clair obscure by arflou
... Ninguém ama porque quer amar.
E muito menos se pode escolher...
Amo porque sim.
Sem razão...
Talvez a solidão que acompanha o amor impossível
seja a únicacoisa que não se consegue dizer...
Maria José Quintela, Um olhar não basta (ver mais aqui)
a última vez que te vi partias.
como sempre......
tomaste o caminho do vento
e por lá te demoras...
Isabel Mendes Ferreira, Canto chão (ver mais aqui e aqui)
**Texto e fotos extraidos do blog "Plan(o)alto 2 "
Depois de um longo periodo distante deste lugar, distante da vida, distante dos meus sonhos, dos meus caprichos, dos meus mimos,dos meus hobbies, da alegria de viver, retorno hoje, como uma lagarta que, depois de um longo periodo no casulo -ou seria clausura? - almeja liberdade para viver em paz... Voltarei a postar aqui coisas que me tocam, que me fazem bem e com as quais me identifico. Com isto posso soltar o grito que tenho contido no peito por tamanha repressão: SINTO, LOGO- ainda - EXISTO! Minha solidão é meu refúgio, minha proteção, e é uma realidade da qual não pretendo abrir mão. Encontro nas palavras, de minha autoria ou não, uma forma de me expressar abertamente, sem ter que me aproximar demais de algo ou alguém, e vice-versa. Quero sentir o mundo do meu jeito, leve, solto e inebriante... Voar mesmo, só a imaginação...