Quando uma ruptura é pressentida não chega a ter o sabor acre do desengano.
É antes uma dor morna que vai minando insidiosamente os laços.
Uma dor que já lá estava, latente, à espera de ser abanada.
Uma dor convenientemente (ou covardemente) adiada.
A suspeita infiltra-se em todos os movimentos e omissões.
Mesmo assim, a opção é pela aparência de normalidade.
Porque uma suspeita não chega para quebrar a rotina dos laços.
Mas a dor está lá, a cozinhar em fogo brando, a esticar o tempo.
A ensinar a moldar a máscara da mentira
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Maria José Quintela, aqui
Imagem daqui
Um comentário:
o texto e a foto estão ótimos!!!
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