quarta-feira, janeiro 05, 2011

Continuo sem dizer o nome amor.
Porque eu jurei que ia ser diferente.
Tento acreditar no amor às escondidas da minha promessa.
Fechei o coração e atirei a chave para longe da boca
e dos dedos para que eles não falassem mais de amor,
mas o coração sai-me por baixo da porta
e invade-me os dedos e a boca e os olhos...
mesmo sem amor.
Porque deixei o amor em algum lugar que risquei do mapa
e ficou perdido dentro de mim.
Porque eu jurei que ia ser diferente.
Então, digo que gosto um pouquinho de ti.
E não confesso nem ao vento esse pouquinho,
porque é sempre mais fácil apagar o que ainda não ficou marcado.
Os dedos escrevem baixinho
[baixinho para os ouvidos não estremecerem e eu não descobrir]...
gosto um pouquinho de ti.
Um pouquinho bem pequeno, porque muito faz doer
e a dor incha o coração, que não conseguiria passar na porta
e sem ele os dedos murchariam.
Agora diz-me baixinho: que fazer com o pouquinho que gosto de ti
quando se risquei o amor do jogo?
Se eu gosto de ti para que o amor não faça doer,
como banir esta saudade?

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