Essas mulheres que amam e desamam
Que num átimo mudam de comportamento
Que sublimam as emoções e se enganam
Acreditando que o fechar o coração é um alento
 
Mulheres que sonham e acreditam
Que vão com tudo à luta, se excitam
Que esperam retribuição igual do amor doado
Esquecendo que no homem o amor é mais ritmado
 
Por muito se darem, assim num repente
Idealizam a recíproca na alma da gente
E o sentimento que aos poucos devia ser regado
Se transforma em angústia, de tão represado
 
Mulheres que são a síntese do amor pleno
Mas que querem incêndio, não fogo sereno
Que quando se despem de seus temores
Se entregam de corpo e alma aos seus amores
 
Mulheres que de tanto tempo esperar
Quando sentem o amor despertar
Colocam-no logo sobre um altar
 
Imolam o amor ainda virginal
Com a solenidade de uma vestal
Quando sentem um doar desigual
 
Retornam aos seus templos secretos
Assumindo  faces e ares circunspectos
Sem querer ouvir do amor os ecos
 
Acreditam que o amor per si somente
Deve vir como um grito de paixão lancinante
Deixam de cuidar de fértil semente
pois querem a árvore florida num instante
 
O amor é semente que brota n'alma
Que precisa ser regada com cuidado e calma
Não é uma paixão que logo se espalma
 
O amor é brasa a ser alimentada
Não é incêndio em floresta ressecada
É refrigério para a alma sofrida
Não queimadura de água fervida
 
Amor é encanto e encantamento
é um abrasar em fogo lento
Se for apressado se torna um tormento
e invéz de alegria , se colhe lamento
 
O amor tem muitas faces controversas
Amares existem de formas diversas
Do tesão que diz frases desconexas
à amizade em suas formas complexas
 
A paixão ardente é fogo de palha
Que num instante se ateia e se espalha
Que sentimentos perenes não amealha
e é logo descartada como escumalha
 
Essas mulheres que ardem em brasas
Que despertam com a fúria de um vulcão adormecido
Queimando tudo à volta com suas lavas
e depois se ressentem do amor não desenvolvido
 
Essas mulheres que na ânsia de despertar
Esquecem que amar é, também, saber esperar...
Este texto está postado originalmente no blog:
A Casa do Zé Carlos

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