sexta-feira, novembro 17, 2006

Saudade - Madalena Palma

Foto: Stefan de Lay

Ter saudade é vaga disforme de um corpo. Ter saudade é pássaro que aparece e se apaga É angústia bruxuleante dentro de mim. Ter saudade é fingir qualquer coisa que inquieta, levantada, desenterrada do crivo da memória. Por vezes quando o tempo por ela passa não passa o tempo da saudade, estátua rígida dum destino anoitecido, passa um nada meio acontecido. Saudade, é filha da alma do mundo que de tanto ser outra sou eu já. Saudade, porque viajas cansada em horas dentro de mim? Saudades, que vieste até à última força desta linha, brumosa da eterna caminhada. Sempre que vieres sem avisares leva-me contigo para que a paz volte à memória do meu corpo como o rio que passa no tempo final da minha natureza.

** Este texto está postado originalmente no blog da Madalena, e segundo ela mesma me alertou, é de sua autoria. O blog é lindo e vale a pena visitar: http://aliciante.weblog.com.pt

Um comentário:

Anônimo disse...

As palavras não têm o mesmo valor para toda a gente.
As minhas têm um enorme valor para mim. Tal como as suas têm para si.
Conte comigo.