domingo, outubro 08, 2006

Cumplicidade...

Quando eu chegar sem nada dizer
E permanecer em silêncio,
Por favor,
Entende que só quero estar perto de ti.
Se notares que estou quase a chorar,
Não me digas "não chores".
Deixa que as lágrimas venham
E percebe que eu só não escondo minha tristeza de ti.
Se eu te disser que estou muito triste,
Por favor, não digas "não fiques assim".
Deixa que a tristeza se esgote em mim
E entende que para ti não preciso fingir.
Quando eu chegar com muita raiva acumulada,
Não me tentes convencer que estou errado.
Deixa que eu descubra até que ponto estou a exagerar
E apoia-me enquanto eu precisar.
A raiva tem seu próprio tempo para diluir-se.
Se eu começar a relatar as minhas mágoas,
Por favor, ouve-me,
E entende que eu não as revelo
Para mais ninguém, a não ser para ti.
Quando te exponho minhas decepções,
Frustrações, fracassos e tantos sentimentos dolorosos,
Por outras palavras estou apenas a dizer-te
Que preciso do teu colo, apenas do teu colo.
Quando eu baixar os olhos para o chão,
Não digas "olha para cima".
Eu posso estar a procurar dentro de mim
As respostas de que necessito
E, nesse momento, tua presença
E tão-somente a tua presença
Poderá estar a ajudar-me a encontrá-las.
Quando eu aparecer com medos, inseguranças,
Preocupações, ansiedades e tantas outras
Emoções desequilibradas,
Por favor, não me fales de terapias,
Métodos, remédios, fórmulas prontas
Nem receitas de vida.
Entende que quando eu me abro para ti
E somente para ti
Tudo me parece mais simples, mais fácil de lidar,
As nuvens se clareiam e eu consigo retornar à paz.
Quando, finalmente…
Eu abrir um amoroso e fortalecido sorriso,
Abraça-me carinhosamente,
E diz "estamos juntos"
E preenche-te da renovada certeza
De que quando os papéis se inverterem,
Eu serei para ti o que agora peço que sejas para mim
Simplesmente o meu ombro amigo!

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