domingo, outubro 01, 2006

"Afinidade"

"AFINIDADE não é o mais brilhante, mas é o mais subtil, delicado e penetrante dos sentimentos. Não importa o tempo, a ausência, os adiantamentos, a distância, as impossibilidades. Quando há AFINIDADE, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afecto, no exacto ponto de onde foi interrompido. AFINIDADE é não haver tempo mediante a vida. É a vitória do adivinhado sobre o real, do subjectivo sobre o objectivo, do permanente sobre o passageiro, do básico sobre o superficial. Ter AFINIDADE é muito raro, mas quando ela existe, não precisa de códigos verbais para se manifestar. Ela existia antes do conhecimento, erradia durante e permanece depois que as pessoas deixam de estar juntas. AFINIDADE é ficar longe, pensando parecido a respeito dos mesmos factos que impressionam, comovem, sensibilizam. AFINIDADE é receber o que vem de dentro com uma aceitação anterior ao entendimento. AFINIDADE é sentir com. Nem sentir contra, sem sentir para. Sentir com e não ter necessidade de explicação do que está sentindo. É olhar e perceber. AFINIDADE é um sentimento singular, discreto e independente. Pode existir a quilómetros de distância, mas é adivinhado na maneira de falar, de escrever, de andar, de respirar..... AFINIDADE é retomar a relação no tempo em que parou. Porque ele (tempo) e ela (separação) nunca existiram. Foi apenas a oportunidade dada (tirada) pelo tempo para que a maturação pudesse ocorrer e que cada pessoa pudesse ser cada vez mais. " Desconheço o autor

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